Ela olhava tudo atentamente. Nunca se achou curiosa.
Mas sempre observava. O que as pessoas diziam (e como diziam), o que elas faziam, como andavam, como sorriam, o tom da voz... "O que será que aquela pessoa está pensando? Por que será que está sorrindo? Qual a dor dela? Quais angústias carregam? Como será a vida dela?", pensava.
Queria entender a dor dos outros, mas não entendia a própria dor (como se dor precisasse ser entendida).
Ela mesma carregava em si uma dor enorme, um buraco. É como se fosse literalmente um buraco. Um buraco mesmo. Um vazio enorme que não sabia de onde tinha saído (e, caramba, como um vazio pode pesar tanto?).
Apesar de tudo, o sorriso raramente saía do seu rosto.
Algo dentro dela a fazia ficar de pé. Algum motivo havia para viver.
Mas qual era esse motivo? Ela não sabia...
Ao contar a alguém sobre sua dor, lhe disseram: "Engraçado é que você não aparenta sentir essa angústia, esse desespero que me diz sentir". E aí veio nela aquela vontade de desabar e derramar ali todas as lágrimas que carregava.
Mas não chorou.
(13/10/2014)
domingo, 25 de junho de 2017
sábado, 24 de junho de 2017
Do que não se pode ver
Das coisas que não se pode ver
E nem sempre se pode explicar...
Mas quem sente só sabe dizer
Que tamanha dor não sabe curar
Quem compreende acalma
A dor de apenas existir
Quem não entende, desalma...
Não lhe cabe me reprimir
Não julgues nem causes pudor
Ao que não podes sentir
Só quem sente sabe a dor
Daquilo que não sabe exprimir
E nem sempre se pode explicar...
Mas quem sente só sabe dizer
Que tamanha dor não sabe curar
Quem compreende acalma
A dor de apenas existir
Quem não entende, desalma...
Não lhe cabe me reprimir
Não julgues nem causes pudor
Ao que não podes sentir
Só quem sente sabe a dor
Daquilo que não sabe exprimir
Sad Christmas
Quando sua vida é boa e não tem motivos (aparentes) para ficar triste, e ainda assim fica.
E então vem a tristeza de ficar triste sem motivo...
Vem a vergonha, a tristeza, a tristeza, a tristeza...
(se existem motivos que não são motivos para mais ninguém, logo não consideram motivos.
Porque, afinal, todo mundo quer julgar os motivos dos outros...)
25/12/2016
E então vem a tristeza de ficar triste sem motivo...
Vem a vergonha, a tristeza, a tristeza, a tristeza...
(se existem motivos que não são motivos para mais ninguém, logo não consideram motivos.
Porque, afinal, todo mundo quer julgar os motivos dos outros...)
25/12/2016
Entendi que minha sina é andar sozinha.
Quem caminha ao meu lado logo cansa.
Descansa ou se apressa, me deixando pra trás.
Doi na alma o abandono.
Não proposital talvez, mas real.
E um dia, eu mesmo me canso
- desse vai e vem de gente, que no final sempre vai.
E me conformo com a solidão,
Que ainda parece doer menos do que esperar.
A dor da espera...
A espera sempre é longa. Seja 1 minuto, 1 hora, 1 dia.
25/12/2016
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